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Sábado, 06 de Dezembro 2025

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Sem acordo: Justiça mantém restrição à fiscalização de vereadores em escolas de Niterói; multa por descumprimento chega a R$ 5 mil

Audiência de conciliação realizada nesta quarta-feira terminou sem consenso entre a Prefeitura e a defesa dos parlamentares. Ação movida pelo Executivo alega

Jotta Camargo
Por Jotta Camargo
Sem acordo: Justiça mantém restrição à fiscalização de vereadores em escolas de Niterói; multa por descumprimento chega a R$ 5 mil
Foto: Reprodução
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Terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada nesta quarta-feira, no Tribunal de Justiça, referente à ação movida pela Prefeitura de Niterói contra vereadores de oposição. O processo, que se arrasta desde outubro, discute os limites do poder de fiscalização do Legislativo sobre as unidades da rede municipal de ensino. Com o impasse, permanece em vigor a liminar que impede a entrada dos parlamentares nas escolas sem aviso prévio, sob pena de multa diária fixada em R$ 5 mil.

O cerne da disputa: "Realidade sem maquiagem"

O conflito judicial teve início após uma série de fiscalizações in loco lideradas pelo vereador Eduardo Paiva. Adotando uma postura de "surpresa", o parlamentar buscou expor o que classificou como a "realidade sem maquiagem" do ensino público niteroiense.

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Os relatórios produzidos durante essas visitas trouxeram à tona problemas estruturais graves que, segundo a oposição, a gestão municipal tentava ocultar. Entre as denúncias documentadas estavam:

Falta crônica de merenda escolar;

Déficit no quadro de professores;

Ausência de iluminação e depreciação dos prédios;

Situações críticas de alagamento, afetando inclusive o funcionamento de uma creche.

A defesa dos vereadores sustenta que foi graças a essa atuação incisiva que a Prefeitura se viu obrigada a reverter situações precárias em algumas unidades. "A exigência de aviso prévio acaba com o propósito da fiscalização, permitindo que a administração prepare o ambiente antes da chegada do fiscalizador", argumenta a bancada de oposição.

O argumento da Prefeitura: LGPD e rotina escolar

Do outro lado, a gestão do prefeito Rodrigo Neves alega que as visitas sem agendamento causam "tumulto administrativo" e prejudicam o andamento das aulas.

Nos autos do processo, a Procuradoria do Município invocou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), argumentando que a presença não anunciada dos vereadores, muitas vezes filmando as dependências, poderia expor indevidamente a imagem de menores de idade e funcionários. Com base nesses argumentos, o Executivo obteve a decisão provisória (liminar) que obriga a comunicação prévia à Secretaria de Educação para qualquer visita.

Impasse continua

Na sessão desta quarta-feira, advogados dos vereadores de direita tentaram costurar um acordo que permitisse o retorno das fiscalizações independentes, mas a Prefeitura manteve sua posição rígida quanto às restrições.

Sem a conciliação, o caso segue para uma nova etapa de julgamento, ainda sem data definida. Enquanto isso, a liminar continua valendo: o vereador que tentar entrar em uma escola para trabalhar na fiscalização sem autorização prévia do Executivo estará sujeito à multa e sanções judiciais.

O portal segue acompanhando os desdobramentos deste caso que coloca em cheque a autonomia entre os poderes em Niterói.

 

Jotta Camargo

Publicado por:

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